O UFC está livre para explorar novas parcerias, já que as negociações para o próximo contrato de direitos de transmissão seguem em ritmo acelerado. Com o acordo atual com a ESPN se encerrando no fim de 2025, a organização busca um novo contrato avaliado em torno de US$ 1 bilhão por ano.
Diante desse cenário, muitos especularam se a Netflix poderia ser uma candidata, especialmente após a plataforma fechar um acordo bilionário com a WWE para exibir o Monday Night Raw. Afinal, ambas as marcas fazem parte da TKO Group Holdings.
No entanto, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, parece ter afastado essa possibilidade — ao menos por agora. Durante uma teleconferência com investidores, Sarandos foi questionado sobre o interesse da empresa em adquirir os direitos do UFC ou de outras ligas esportivas, como a MLB. Em resposta, ele reforçou que a estratégia da Netflix segue focada em eventos ao vivo pontuais, e não em pacotes contínuos de transmissão.
“Não vou comentar sobre oportunidades específicas neste momento”, disse Sarandos. “Mas volto a reforçar: nossa estratégia de eventos ao vivo segue a mesma. Estamos muito focados em grandes eventos únicos e inovadores. Nosso público adora esse tipo de conteúdo.”
Sarandos ainda explicou que, embora o conteúdo ao vivo represente apenas uma fração do investimento total da Netflix, ele tem alto valor em termos de engajamento, aquisição e possivelmente retenção de assinantes.
A Netflix já obteve resultados expressivos com eventos como a luta entre Jake Paul e Mike Tyson — que superou dois jogos da NFL em audiência no último Natal — e o Roast de Tom Brady, que contou com a participação de celebridades e do presidente do UFC, Dana White. O próximo evento confirmado é a aguardada revanche entre Katie Taylor e Amanda Serrano, marcada para julho no Madison Square Garden.
Plataforma de tem prioridade definida para transmissões
Apesar do sucesso desses eventos, Sarandos indicou que a prioridade da empresa continua sendo a realização de transmissões pontuais, como a luta Taylor-Serrano e jogos isolados da NFL — que, segundo ele, estarão de volta ao catálogo da Netflix no Natal de 2025.
“Nossas transmissões ao vivo estão concentradas nos Estados Unidos, mas temos planos de expandir essa capacidade para o mundo inteiro nos próximos anos. Estou muito satisfeito com o progresso até aqui e animado com o que vem pela frente, tanto nos esportes ao vivo quanto em outras áreas”, completou.
Um dos maiores obstáculos para a Netflix investir em esportes de temporada longa é justamente o risco de rotatividade de assinantes, que podem assinar apenas durante os jogos e cancelar depois. Esse problema, no entanto, seria menos relevante para o UFC, que promove mais de 40 eventos ao longo do ano e mantém o interesse do público de forma consistente.
Mesmo com a postura cautelosa de Sarandos, o acordo inesperado com a WWE mostrou que a Netflix pode surpreender. Será que o UFC também está nos planos? Ainda não há uma resposta definitiva — mas o tempo dirá.