Qual é a probabilidade de o MMA se tornar um esporte olímpico? Essa questão frequentemente surge durante os Jogos Olímpicos, como surgiu recentemente. O apoio à ideia ganhou um impulso significativo há dois anos, quando Dana White, presidente do UFC, manifestou seu apoio à proposta.
“Acho que o MMA já deveria ser um esporte olímpico. Não estou pressionando por isso, mas concordo com quem apoiar a ideia. O grande desafio das Olimpíadas é a audiência. Quer atrair mais público? Inclua o MMA”, afirmou ele ao canal do UFC.
De fato, o Comitê Olímpico Internacional (COI) tem investido em esportes que atraem o interesse dos jovens, como surfe, skate, escalada e basquete 3×3. Portanto, incluir o MMA poderia ser vantajoso nesse aspecto.
Obstáculos precisam ser superados
É fácil identificar as vantagens de tornar o MMA um esporte olímpico, mas na prática há muitos obstáculos a superar. Como Dana White mencionou, ele não está fazendo campanha para isso. Não é realista esperar que o UFC ou outra organização de MMA tome a iniciativa de incluir o esporte nas Olimpíadas.
A responsabilidade de promover essa inclusão recai sobre uma federação internacional. No caso do MMA, várias organizações já se envolveram, como a WMMAF e a GAMMMA, mas a principal é a IMMAF (Federação Internacional de MMA). A IMMAF tem como objetivo transformar o MMA em um esporte olímpico.
“Tornar-se um esporte olímpico é a maior conquista e o mais alto reconhecimento formal possível para qualquer esporte. Os desafios para o MMA são grandes, mas também são as oportunidades. O esporte não deve ter menor ambição”, afirma a IMMAF em seu site oficial.
A IMMAF organiza competições amadoras e reúne federações de todo o mundo na tentativa de unificar as regras. Também é crucial estabelecer uma relação com o COI (Comitê Olímpico Internacional) e cumprir suas exigências.
O COI exige que os esportes tenham popularidade em mais de 75 países e 4 continentes. Alguns anos atrás, isso seria um grande desafio para o MMA, mas a situação mudou rapidamente, em grande parte devido ao UFC, que realiza eventos globalmente. É comum ver lutadores europeus, asiáticos e africanos em competições importantes.
No entanto, um dos principais desafios para o MMA se tornar olímpico é a adaptação das regras. Com as regras atuais, é improvável que um atleta possa competir em várias lutas em um curto período. No UFC, os lutadores precisam de pelo menos 14 dias entre as lutas, um prazo que seria inviável para o formato olímpico de pouco mais de duas semanas. Portanto, seria necessário reduzir o tempo entre as lutas.
Além disso, aumentar o uso de equipamentos de segurança seria essencial. A IMMAF já realiza competições com esses equipamentos, mas eles não são comuns em grandes eventos profissionais.
Portanto, não é impossível que o MMA se torne um esporte olímpico, mas o processo será demorado e dependerá de movimentações políticas e adaptações no esporte. Se isso acontecer um dia, provavelmente será semelhante ao boxe olímpico: com algumas mudanças e sem as principais estrelas, com jovens atletas buscando projeção no MMA profissional. No entanto, isso ainda proporcionará um grande entretenimento.